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BC ajusta norma sobre lavagem de dinheiro para viabilizar Desenrola

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As instituições financeiras não estão mais obrigadas a realizar o processo de identificação, categorização e avaliação de clientes que tenham renegociado suas dívidas através do programa Desenrola, de acordo com uma resolução divulgada pelo Banco Central (BC) na quarta-feira (4). A resolução modificou uma circular de janeiro de 2020 que trata da prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. De acordo com as novas regras, as instituições financeiras não precisarão compartilhar o histórico financeiro dos devedores para conduzir os procedimentos de qualificação e classificação de clientes em programas federais de renegociação de dívidas nas seguintes situações:

  1. Quando as operações renegociadas estiverem inadimplentes (com atraso de mais de 90 dias) na data do estabelecimento do respectivo programa.
  2. Quando os recursos liberados na operação de renegociação forem transferidos diretamente ao credor da dívida renegociada, sem qualquer interferência do devedor.
  3. Quando a renegociação se referir a dívidas inadimplentes com pessoas jurídicas não financeiras ou instituições autorizadas a funcionar pelo BC que sejam responsáveis pela inscrição do devedor em cadastros de inadimplentes.

O Banco Central explicou que essa mudança foi implementada devido à sanção do Programa Desenrola. É importante ressaltar que as alterações não afetam as demais disposições da norma de combate ao terrorismo e à lavagem de dinheiro. Além disso, a modificação não se aplica à contratação de outros produtos e serviços pelo cliente que renegociou o débito com a instituição concedente do crédito.

Em um comunicado, o BC acrescentou que os dados que as instituições financeiras compartilhavam, geralmente relacionados ao histórico de relacionamento com outros bancos, estavam associados a situações de “baixíssimo risco” de uso do Sistema Financeiro Nacional para lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo. O órgão também esclareceu que os bancos participantes do programa estavam encontrando dificuldades para classificar e qualificar os clientes, uma vez que, em várias situações, o devedor não tinha qualquer relacionamento prévio com a instituição que concedeu o crédito ou até mesmo não tinha sido cliente de nenhuma outra instituição antes de contrair a dívida.


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