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Fim do domínio de apps dos bancos deve gerar competição e beneficiar consumidor

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Os superapps, agregadores de informações financeiras, estão previstos para substituir os aplicativos individuais dos grandes bancos. Essa mudança abre espaço para a competição entre sistemas, potencialmente beneficiando os consumidores, conforme discutido pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, durante um evento nos Estados Unidos na sexta-feira, 10.

Campos Neto indicou que, em um futuro próximo – estimado em um ano e meio a dois anos -, aplicativos de bancos renomados, como Itaú, Bradesco ou Santander, deixarão de existir. A proposta é a criação de um app agregador que, por meio do conceito de Open Finance, integrará todas as contas financeiras dos usuários, formando uma carteira digital de dados.

Empresas como a Finansystech estão avançando nessa direção, atendendo mais de 40 bancos, cooperativas e seguradoras. Essas empresas buscam plataformas para oferecer aos clientes o conceito de Open Finance, permitindo a abertura dos dados dos produtos oferecidos pelas instituições financeiras utilizadas por cada cliente.

Essas informações estarão disponíveis para as instituições financeiras, caso o cliente consinta, podendo ser consolidadas em um único superaplicativo. Isso visa facilitar a gestão de múltiplas contas, como ressalta Danillo Branco, CEO da Finansystech, mencionando a conveniência de um único aplicativo para lidar com diversas transações financeiras.

Essa transição não significa o fim dos apps bancários, mas sim a busca por superapps combinando dados de várias instituições, que podem ser desenvolvidos tanto por bancos quanto por startups, sem a necessidade de uma licença bancária para fornecer esse serviço.

A competição entre esses superapps, conforme mencionado por Campos Neto, representará uma nova forma de interação com o cliente, e embora essa “guerra” seja um termo usado informalmente, refere-se, na verdade, à busca pela evolução dos canais de interação com o cliente.

A incógnita reside em quem prevalecerá nessa competição, algo que só será evidente daqui a dois anos. Grandes instituições financeiras já estão agindo para se adaptar a essa mudança, incorporando serviços de outras instituições em seus aplicativos, como é o caso do Banco do Brasil e do Bradesco.

No entanto, questões como segurança e disponibilidade dos aplicativos também serão cruciais para os consumidores. Atualmente, em casos de vazamento de dados ou interrupções nos serviços, os clientes sabem a quem reclamar – os bancos. Com os superapps, essa responsabilidade torna-se mais complexa.

A segurança dos dados permanece sob a responsabilidade das instituições que os armazenam, enquanto a disponibilidade do aplicativo é de responsabilidade da empresa proprietária da tecnologia. O Banco Central regula a disponibilidade das informações pelos bancos e pode impor sanções se não estiverem acessíveis conforme determinado.

Em relação à velocidade dessa transição, Campos Neto estima um período realista de um ano e meio a dois anos, com base na rápida adoção do PIX. O crescimento inesperado das transações instantâneas com o PIX, superando as estimativas iniciais, sugere que essa transição pode ser mais rápida do que se espera.

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