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Quem será o próximo Papa? 5 Nomes fortes para o Conclave!

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O ano era 1978, precisamente 16 de outubro, uma segunda-feira. Eu já estava há alguns anos no Seminário de Juiz de Fora e, naquela tarde, como tantas outras, encontrava-se na biblioteca do arcebispo Dom Geraldo. Meu ofício, entre outros, era datilografar seus documentos e correspondências. Naquele dia em particular, um pedido incomum me foi feito: deveria permanecer atento ao rádio, sintonizado na Rádio Tupi, pois a qualquer momento seria anunciado o novo papa. Assim que a notícia fosse divulgada, caberia a mim a subir ao segundo andar e levar o nome eleito ao arcebispo.

E então aconteceu. Às 13h44, a voz do locutor ecoou pela sala e pronunciou um nome inesperado: Karol Wojtyla. Um papa vindo da Polônia! A surpresa me tomou por inteiro – um pontífice de um país da Cortina de Ferro!

Corri ao encontro de Dom Geraldo, que, ao ouvir o nome, ficou atônito. Conhecia pessoalmente Wajtyla, haviam estudado juntos. Comum leve sorriso, disse-me que aquele novo papa era teologicamente conservador e que, portanto, o celibato sacerdotal não seria abolido, mas que ele mudaria os rumos da política mundial.

Meses depois, ao retornar de Roma, Dom Geraldo revelou-me os bastidores daquela escolha. A eleição de Wojtyla fora fruto de uma confluência política entre o cardeal John Krol, arcebispo de Filadélfia e de origem polonesa, o presidente americano Ronald Reagan e a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, todos movidos pelo desejo de encerrar a Guerra Fria.

Foi nesse momento que compreendi a grandeza e a singularidade da política do Vaticano. Ali, nas sombras dos conclaves, nas estrelinhas dos discursos e nos gestos que muitos ignoram, reside uma trama intrincada, que mescla espiritualidade, estratégia e poder. E foi assim que, a partir daquele dia, tornei-me um estudioso desse pequeno Estado com uma das histórias mais enigmáticas do mundo.

Desde então, leio, investigo, pergunto, analiso e opino sobre tudo o que envolver a Santa Sé. Muitas vezes estive no Vaticano, e ainda hoje mantenho contatos preciosos. Um cardeal, que chamarei de Cardeal Fisher, recebe-me com afeto, partilhando informações valiosas em nossas conversas, sempre acompanhadas de um café no hotel “Rezidenza Paolo VI”, onde ele é sempre encontrado, com vista para a Basílica de São Pedro.

Minha intuição e meus estudos não falharam. Predisse a eleição de Joseph Ratzinger, embora tivesse dois palpites. Mas foi com Jorge Mario Bergoglio que cravei a previsão sem hesitação. E posso dizer que meu informante, Cardeal Fisher, ainda hoje presente na Cúria, teve um papel crucial nessa confirmação.

Em 1º de julho de 1980, durante a visita do Papa João Paulo II a Belo Horizonte, tive a honra de estar ao seu lado no altar durante a missa campal celebrada na Praça do Papa. Dom Serafim Fernandes de Araújo, então arcebispo coadjutor de Belo Horizonte, concedeu-me esse privilégio inesquecível. A celebração reuniu cerca de 800 mil fiéis, que lotaram as ruas da capital mineira para ver o pontífice.

A partir de hoje, desejo compartilhar com você a história do Vaticano, narrada por meio dos meus estudos e das confidências que recebo. Tenho centenas de textos que, aos poucos, irei revelar. Afinal, o Vaticano não é apenas a sede da Igreja Católica; é também um Estado singular, um mosaico de segredos, mistérios e decisões que moldam a história do mundo.

Dom Geraldo jamais soube que aquele pequeno pedido — entregar-lhe um bilhete com o nome do novo papa — despertaria em mim uma paixão avassaladora pela história e pelos bastidores da Santa Sé.

E assim, de um simples recado, nasceu minha vocação como vaticanista.

Prepara-se, caro leitor, para mergulhar comigo nesse universo fascinante, onde o sagrado e o político dançam numa coreografia invisível aos olhos do mundo.

Nota: Cardeal Fisher me passará muitos detalhes também, mas com a promessa de não revelar seu verdadeiro nome e nacionalidade.

Juvenil Alves

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