No momento, você está visualizando Relatórios ESG têm informações falsas para 98% dos investidores

Relatórios ESG têm informações falsas para 98% dos investidores

Gostou? Compartilhe:

Para 98% dos investidores brasileiros, a existência de greenwashing em relatórios corporativos de sustentabilidade é uma preocupação significativa. O termo, que se traduz como “lavagem verde”, refere-se à divulgação de informações falsas sobre práticas sustentáveis. Essa constatação provém da Pesquisa Global com Investidores 2023, realizada pela consultoria PwC, que entrevistou mais de 340 investidores e analistas.

A nível global, a desconfiança em relação às informações fornecidas pelas empresas também é marcante, com 94% dos investidores expressando ceticismo.

Especialistas interpretam esses dados como indicativos de que, apesar dos esforços das empresas em demonstrar ações mais eficazes no que diz respeito ao ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), elas ainda falham em apresentar informações consistentes e objetivas. Mauricio Colombari, sócio da PwC Brasil, destaca a conexão direta entre essa lacuna e a forma como as empresas relatam suas práticas sustentáveis.

Colombari aponta que a ausência de uma obrigação para que as empresas brasileiras preparem relatórios com um padrão específico, dado o caráter voluntário do reporte, contribui para a “inconsistência” das informações.

Luciane Moessa, ex-procuradora do Banco Central e fundadora da entidade Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), destaca a expectativa do mercado em relação à implementação das normas do IFRS, que estabelecem padrões para o relato de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade. Essas normas podem solucionar lacunas de dados, como a falta de informações sobre a localização das empresas e indicadores de desempenho específicos de seus setores.

Moessa ressalta a falta de regulamentação atual e a subjetividade das normas existentes, resultando em baixa transparência de diversas empresas listadas na Bolsa de Valores do Brasil, a B3. Ela destaca a carência de dados objetivos em setores cruciais para a economia nacional, como elétrico e de saneamento.

Para Paulo Miranda, co-fundador da startup Deep ESG e curador do ESG Land, embora o número seja alto, é crucial considerar a complexidade desses dados e as interferências, incluindo tecnológicas, ao longo do caminho até chegar aos investidores. Maria Rolim, advogada especializada em sustentabilidade corporativa do escritório Rolim Goulart Cardoso Advogados, destaca a falta de regulação como um desafio na identificação da veracidade das informações.

Com informações: Estadão

Gostou da matéria? Não deixe acompanhar nosso blog diariamente. Caso tenha dúvidas ou queira tratar desse ou outros assuntos jurídicos, entre em contato com a nossa equipe.


Gostou? Compartilhe: