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Taxa de endividamento dos brasileiros diminui, porém, a inadimplência atinge novo recorde

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A taxa anual de endividamento da população brasileira em 2023 foi de 77,8%, apenas 0,1 ponto percentual menor em comparação ao desempenho de 2022, conforme apontado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Essa redução, mesmo que modesta, representa a primeira desde 2019, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da entidade.

O relatório da CNC destaca a diminuição no indicador geral da Peic como uma conquista diante da preocupante trajetória de endividamento das famílias, ressaltando, no entanto, que oito em cada dez brasileiros ainda possuem dívidas em seus nomes.

Por outro lado, a taxa de inadimplência anual aumentou de 28,9% em 2022 para 29,5% em 2023, atingindo quase um terço da população. A média daqueles que declararam não ter condições de quitar as dívidas em atraso também aumentou, passando de 10,7% para 12,1% no período.

A CNC destaca a importância de programas de renegociação de dívidas bem estruturados, como o Desenrola, evidenciando resultados positivos com a queda desse indicador no último trimestre do ano, de 13% em outubro para 12,2% em dezembro do mesmo ano.

Em relação ao período de novembro para dezembro de 2023, observou-se um aumento no endividamento dos brasileiros, enquanto a inadimplência apresentou uma ligeira melhora. A proporção de famílias com contas a vencer subiu de 76,6% em novembro para 77,6% em dezembro de 2023, embora esse resultado seja inferior ao registrado em dezembro de 2022, quando 78% das famílias estavam endividadas.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, destaca a importância do endividamento para o desenvolvimento econômico, considerando o crédito como um trampolim do sistema capitalista. Ele aponta a inadimplência como um resultado adverso do endividamento, atribuído à renda baixa do brasileiro e à volatilidade da economia do país.

A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades de cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa. A CNC ressalta que, apesar do crescimento no endividamento no último mês, as dívidas das famílias em relação ao PIB estão em torno de 30%, um percentual não elevado quando comparado ao mercado americano, onde as dívidas das famílias representam 73% do PIB dos Estados Unidos.

A fatia de consumidores com contas em atraso diminuiu de 29,0% em novembro para 28,8% em dezembro de 2023. Em dezembro de 2022, a proporção de famílias inadimplentes era mais elevada, com 30,0% tendo contas em atraso. A parcela de famílias que afirmaram não terem condições de pagar as dívidas atrasadas, permanecendo assim inadimplentes, recuou de 12,5% em novembro para 12,2% em dezembro de 2023, ainda superior ao resultado de dezembro de 2022, quando 11,3% estavam nessa situação.

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