O exame toxicológico, obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, é capaz de identificar o uso de drogas em um período aproximado de três meses. Em Minas Gerais, 117 mil motoristas têm o teste vencido há mais de 30 dias e devem renová-lo entre março e abril, sujeitos a multas em caso de não conformidade. Mas qual é a capacidade do teste em detectar substâncias no organismo?
O exame pode diferenciar várias drogas, como cocaína, maconha e anfetaminas (incluindo o rebite), utilizando amostras de cabelo. O cabelo é escolhido como material para o teste devido à sua capacidade de reter vestígios das substâncias utilizadas pela pessoa, de acordo com o diretor técnico de toxicologia forense e médico toxicologista do Grupo Fleury, Alvaro Pulchinelli.
Na saliva, as substâncias podem ser detectadas instantaneamente em até seis horas. Na urina, o período de detecção varia de quatro horas a seis dias. No cabelo, a detecção ocorre após uma semana e pode persistir por meses. Pulchinelli explica que, como o cabelo cresce cerca de um centímetro por mês, cada centímetro representa um intervalo de 30 dias. Assim, para o exame toxicológico, é necessário cortar cabelo ou outros pelos corporais com pelo menos três centímetros rente à pele.
O procedimento envolve reunir 10 mg de cabelo em um envelope com um código de barras, enviado ao laboratório. O material é triturado, e as substâncias dissolvidas passam por espectrometria de massas, identificando cada molécula presente na amostra. O teste geralmente detecta o uso habitual de drogas, mas pode identificar até mesmo um único uso de substância ilícita, dependendo do metabolismo individual. Pulchinelli destaca que a frequência de uso influencia na precisão do teste, uma vez que cada organismo metaboliza as substâncias de maneira única.
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