O Ministério de Minas e Energia declarou que não há atualmente a necessidade de reintroduzir o horário de verão no Brasil. Em comunicado emitido em 22 de setembro, a pasta informou que a possibilidade de retomada do horário de verão está descartada no momento. O horário de verão, que costumava estar em vigor de outubro a fevereiro em algumas regiões do país, foi abolido em abril de 2019, durante o primeiro ano de mandato do atual presidente, Jair Bolsonaro.
“A implementação do Horário de Verão não é necessária, conforme resultado de nosso planejamento desde os primeiros meses do governo”, afirma a nota do MME. No ano passado, pouco após sua eleição, o presidente Lula recorreu às redes sociais para consultar a opinião pública sobre a reintrodução desse mecanismo. Ele conduziu uma enquete perguntando: “O que vocês acham da volta do horário de verão?” A enquete do presidente registrou 66,2% de votos a favor do horário de verão e 33,8% contrários à medida.
A decisão do governo de não adotar o horário de verão ocorre mesmo diante do aumento no consumo de energia devido à onda de calor no país, que está elevando os níveis de consumo a recordes para o mês de setembro, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Enquanto isso, as vendas de aparelhos de ar condicionado estão disparando no varejo.
Na segunda semana deste mês, a carga do sistema interligado nacional (SIN) atingiu 73,5 mil MW médios, estabelecendo um novo recorde para setembro, superando o valor anterior registrado na última semana de setembro de 2021, que era de 71 mil MW médios. O ONS prevê que o consumo de energia em setembro atingirá 75,2 mil MW médios, o que representa um aumento de 5,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Se confirmado, será o maior consumo registrado para o mês de setembro, de acordo com dados históricos do operador.
A introdução do horário de verão no Brasil remonta a 1931, quando o então presidente Getúlio Vargas o implementou para aproveitar melhor a luz solar durante o verão. Foi adotado de forma irregular até a década de 1980, quando foi retomado devido a problemas na produção de energia hidrelétrica. Em 2008, durante o governo Lula, o horário de verão foi regulamentado de forma permanente. No entanto, ao longo dos anos, mudanças nos hábitos de consumo de energia e avanços tecnológicos reduziram a relevância da economia de energia proporcionada pelo horário de verão. Importante notar que essa não é uma invenção brasileira, sendo adotada por várias nações e regiões do mundo.
A concepção do horário de verão é atribuída ao político e cientista norte-americano Benjamin Franklin, que propôs a ideia em 1784. Ele foi adotado pela primeira vez no início do século 20, durante a Primeira Guerra Mundial, pela Alemanha, que buscava economizar carvão mineral devido às dificuldades econômicas e gastos militares da época.